sábado, 18 de junho de 2011

Regras básicas para operações Via Satélites

Regras Básicas para Operações Via Satélites

1. Escute bem durante algumas passagens o tráfego de comunicações antes de emitir pela primeira vez. Mesmo quando já tiver muita prática na operação via satélites em  fonia  usando banda lateral, faça da escuta uma regra de ouro. Lembre-se que há estações fracas que só podem fazer-se escutar quando têm condições ideais, e em determinadas passagens só poderemo ouvi-las durante alguns escassos minutos. É essencial também que possa ter condições de escuta da sua própria emissão ( de preferência com headphones para evitar a realimentação ou ” feed-back ” ), não só para corrigir a frequência de emissão como para saber quando se deve ou não fazer uso da emissão. Certos satélites apenas estão disponíveis em F3E em determinadas alturas. Use o tempo em que não pode emitir para ajustar ou melhorar as suas condições de recepção e escuta, treinando a correção do efeito Doppler.

2.Limite o seu contato ao máximo, pois o tempo de comunicação é escasso e há com certeza alguém mais que quer ter uma primeira oportunidade. Algumas estações podem estar muito interessadas na posição geográfica dos seus interlocutores, pelo que não é grave se acrescentarem essa pergunta ao princípio geral de operação aqui desenvolvido anteriormente. Lembre-se que nas passagens seguintes terá outras oportunidades de contactar as estações que procura e que alguém com mais dificuldades estará seguramente a agradecer-lhe esse gesto de cortesia.

3. Tal como nos contatos por esta via, a chamada geral deve ser bastante curta, usando a  língua internacional, como o inglês, pois lembre-se que a sua chamada vai ultrapassar fronteiras. Use expressões como ” CQ Satellite, this is P(…) ” ou simplesmente ” This is P(…) listening  AO-7 ( ou outro satélite ) “. Esta chamada deve ser feita uma única vez em cada tentativa. Chamadas muito longas são um desperdício de tempo e deixam escapar oportunidades de contacto com a nossa própria estação porque tanto a entrada como a saída de estações no alcance do satélite são rápidas, frustrando quem aguarda por uma oportunidade para nos responder e vê escoar-se essa hipótese durante uma chamada prolongada.

4.  Aguarde sempre pela sua oportunidade de falar. Nunca interrompa um QSO só porque o seu tempo está chegando ao fim. Corre ainda o risco dos sinais das estações interferidas serem mais fortes do que o seu ( devido à posição ), e o QSO ter que se prolongar ainda mais para que consigam voltar a escutar as informações que foram prejudicadas ou interferidas pela sua chamada.

5. Nunca teste o seu acesso ao repetidor do satélite com uma portadora  não modulada, uma banalidade como a expressão ” olá ” ou um simples  assobio, ( sobretudo se outras estações o estão a usar ). Dê sempre o seu indicativo em qualquer circunstância e aproveite as horas menos concorridas para fazer os seus testes através de chamadas com o seu indicativo de estação. Lembre-se sempre que a sua chamada via chegar a vários países e há que dar uma boa imagem dos radioamadores nacionais no estrangeiro.

6Recompense os bons operadores nas suas respostas às chamadas gerais. Esta é uma forma de premiar quem faz da etiqueta o seu modo de operar satélites e é uma lição para os « tubarões » que assim começam a entender que só os melhores operadores conseguem as mais altas taxas de QSO’s. Não se esqueça também de reconhecer o esforço a quem tenta corrigir-se dos erros e se prontifica a fazer um esforço para mudar de atitude nas passagens seguintes.

7.  Use sempre a menor potência necessária. Em satélites que operam em FM as diferenças entre potências não são tão devastadoras para as comunicações e para o repetidor como em banda lateral ou em comunicações digitais, contudo convém provocar o menor nível possível de interferências e perturbações. Com um enfasamento de 4 antenas do tipo Yagi-Uda de 2 metros de comprimento, uma estação trabalha perfeitamente um destes satélites apenas com 20 mW de potência. Só é necessário dispor de mais de 5 W quando se está a trabalhar com uma simples antena omni direcional própria para comunicações ao nível local, a fim de se compensarem as irregularidades relativas ao seu organograma de irradiação ( sobretudo nos ângulos críticos para a passagem do satélite ).
Operar através destes repetidores analógicos em FM a bordo de satélites do serviço de amador não é tecnicamente difícil nem é uma comunicação que se afasta radicalmente das formas de contato via repetidores locais. Para se conseguirem ultrapassar as particularidades destes repetidores, como o fato de estarem a mais de 800 Km de altitude e em movimento constante basta seguir algumas regras simples :

* Se voce trabalha com equipamentos separados para VHF e para UHF, sintonize um para a frequência de emissão ( canal de subida ou frequência de recepção do repetidor a bordo do satélite ), e o outro na frequência de recepção ( canal de descida ou frequência de emissão do repetidor a bordo do satélite ).
** Por exemplo para trabalhar o AO-7 com rádios que não fazem full duplex. Sintonize o receptor em SSB em uma frequência próxima ao centro do espcetro de RX.   Ajustando a frequência de TX, trasmita para o satélite e  localize o seu retorno.  Após conseguir ouvir  o seu retorno na frequência no RX, não é  necessário fazer ajustes no receptor,  os ajustes serão feitos apenas no TX,  assim voce ganha tempo e as outras estações chegaram até voce sem dificuldades.
* Caso esteja utilizando um equipamento de banda dupla com um  VFO independente para VHF e outro para UHF, siga os procedimentos normais para fazer trabalhar independentemente em cada frequência.
* Convém ainda se possível ter também uma antena para VHF e outra para UHF sempre que a emissão  provocar interferências ou danificar a parte relativa à sua recepção, caso esteja usando apenas uma antena comum de banda dupla ( dual band ). Devem ser tomadas todas as medidas para que a emissão não interfira na recepção.
* Trabalhar com headphones ajuda a evitar o nefasto efeito de realimentação ( ” feed-back ” ) que surgem em certas condições de trabalho, sobretudo quando se usam equipamentos separados para VHF e para UHF.
* Operar com equipamentos de banda dupla sem VFOs independentes ou que não permitam escutar uma banda enquanto se emite na outra dificultam muito a operação por impedirem a monitorização do canal de descida ao mesmo tempo que se transmite, mas não é de todo impossível.
* Para treinar a operação em repetidor via satélite use um repetidor de banda cruzada local ( como o que existe em Monsanto – HF/UHF ) simulando a comunicação via satélite com ajuda de outra estação.
* Para controlar o efeito Doppler é necessário ter-se em consideração que ele pode ir até 3KHz em VHF e até 10 KHz em UHF, por essa razão devemos estar preparados para sabermos como atuar para compensar estes desvios usando entre outros os métodos descritos no próximo artigo sobre este tema com o seu esquema de operação.
** Para contatos em CW utilize sempre baixa potência, e trabalhe nas laterais do transponder do satélite, pois o emprego de alta potência atrapalha à todos. Dificilmente uma estação irá respondê-lo no centro da frequência de operação do satélite em CW.
** Dê prioridade para as estações que estão chamando no satélite caso voce ainda tenha uma vantagem de footprint sobre as mesmas, voce poderá facilmente em seguida trabalhar a estação desejada.

O texto acima foi transcrito da ARLA ( Associação dos Radioamdores do Litoral Alentejano em http://arla.radio-amador.net/artigo5.htm ) e adaptado para o PT BR  por PS8RF.  ** Grifo de  PS8RF.

73 e Bons QSO’s